segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O mito do príncipe encantado

Contos de fadas que permanecem vivos no inconsciente coletivo, fortemente marcados pelos signos do amor, onde a mocinha ansiosamente espera pelo príncipe que virá montado num cavalo branco e descansará em seus braços com juras de um amor eterno.

É, mas isso só funciona mesmo em contos de fadas, porque a vida é real, os cavalos não são tão brancos, os príncipes não são tão belos e têm frieiras nos dedos dos pés.

O amor na vida real é a mistura de qualidades e defeitos, de belezas e feiuras. O amor só é verdadeiramente consistente no dia em que descobrimos o que o outro tem de melhor e de pior. O problema é que, na projeção de nossas necessidades, cegamo-nos para o real, para o verdadeiramente possível e com isso, passamos a esperar o que não existe, o que não se dará justamente por estar fora do horizonte de nossas possibilidades.

Portanto, o seu príncipe tão esperado até pode existir, mas não crie expectativas fantasiosas, porque ao invés de cavalos brancos, ele poderá vir num Fiat 147 ou numa Brasília 89. Talvez o procure num shopping center, que seja parecido com o galã da novela, etc. Na vida real é mais fácil o encontrar atrás de um balcão de farmácia, na feira, no supermercado.

Essa expectativa começa cedo, aos 12 anos, no início da puberdade, onde muitas nem esperam o tão sonhado príncipe chegar e já inicia o processo da oferta e da procura e quando chega aos 17 anos, já conheceu tantos pretendentes, “proprietários” que as usam e as devolvem.

É nessa fase do sonho que a realidade desbota a figura do príncipe, que não precisa mais vir num cavalo branco, pode ser um pangaré ou até mesmo um jegue.

O leilão do amor é traiçoeiro, a primeira impressão pode ser enganosa e corrosiva, deixando o precoce sentimento de liquidação em nossos corações ainda bem cedo. Hoje, chega a ser assustador o número de divórcios, onde casais se separam e casam novamente, uma, duas, três, infinitas vezes, que seja eterno em quanto dure.

A instituição família é coisa séria, não se deve buscá-la como conto de fadas, mas como desígnio de Deus, que o homem se una à uma mulher, gere filhos e viva o amor, o respeito, a compreensão e a lealdade. Príncipe encantado só existe em contos de fadas.

Por Sérgio Nery Santana

Fonte: www.atribunamt.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails