
Na opinião do Dr. Thiago de Almeida, psicólogo especialista no tratamento das dificuldades nos relacionamentos amorosos, nenhum casal está imune à mentira. "Mentimos para que o nosso parceiro não sofra. Não estamos preparados para conflitos e discussões e nem para ouvir 100% da verdade. É melhor dizer para a atual parceira que você não tem mais contato com a ex, por exemplo, para não comprometer a relação", comenta. "O ser humano prefere ouvir uma mentira a uma verdade que lhe possa ser desagradável."

O especialista ressalta ainda que o ser humano precisa da aceitação do outro para se sentir melhor, uma vez que é carente de amor e elogio. "A maquiagem, o perfume, o salto alto, por exemplo, são artifícios para modificar a imagem que temos de nós mesmos", diz. "O mesmo acontece quando o assunto é o número de parceiras. Os homens, para se gabar, contabilizam mais mulheres do que realmente tiveram. Se eles conheceram duas, dizem 10. Já as mulheres são o contrário. Para não serem consideradas promíscuas, em vez de 10 contabilizam dois."
Mas como diz o ditado, a mentira pode sim ter perna curta. "Ela tem benefícios e malefícios. Confessar que a parceira está gorda pode ser positivo até determinado ponto. E quando ela para de funcionar traz muitas desvantagens. Uma mulher pode para de se relacionar com um rapaz se descobrir que ele a traiu", acredita Dr. Thiago.

Ana disse que brigou, chorou e pressionou o companheiro a dizer a verdade. E mesmo sem a confissão, decidiu manter o relacionamento, que já durava oito meses. "Só que a minha desconfiança não cessou e levou ao término do relacionamento em um ano e dois meses. Tentamos voltar, ele quis se justificar, mas não teve jeito", afirma.
Cada cabeça, uma sentença
Dentro de um relacionamento, verdade é sinônimo de fidelidade. Porém, segundo Dr. Thiago, é mais comum disfarçarmos nossas próprias imperfeições e cobrar uma boa conduta do outro. Afinal de contas, a mentira é boa para enganar a nós mesmos. "Quando dizemos que não traímos, quando na verdade traímos, estamos tentado diminuir nossa culpa, dizer que a gente comete apenas deslizes e que os erros dos outros são mais sérios."

Não existe um manual sobre como assimilar ou dizer uma mentira, mas o especialista acredita que o tempo de relacionamento pode interferir no jeito como o casal lida com ela. "O tempo ajuda sim a desenvolver a leitura do comportamento alheio. Em um determinado momento, um percebe que o outro está mentindo, mas não liga. Cada casal precisa definir seu jeito de lidar com isso", acredita Dr. Thiago.
Já no começo do namoro acontece o que o Dr. Thiago de Almeida define como a "fórmula do príncipe encantado". "Temos a tendência de melhorar a imagem do outro, enquanto o parceiro mostra o seu melhor. Com o aumento da familiaridade, passa-se a ter uma visão mais realista do outro e a mentira afeta cada vez menos a relação", explica. "Um exemplo típico é quando a mulher alega que está com dor de cabeça para não fazer sexo. É uma mentira politicamente correta, pois é mais fácil falar isso do que dizer que está com sono, deixando o parceiro chateado. Ele acaba aceitando a desculpa para não criar uma situação ruim", afirma.
Porém, quando se desmente ou se descobre a mentira do outro, dá-se início a um conflito, cujas proporções variam de casal para casal. "Nessa hora um bom diálogo pode levar o casal a uma conciliação", aconselha Dr. Thiago.
Por Juliana Falcão (MBPress)
Fonte: www.vilamulher.terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário