segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ciúme

O ciúme, em princípio, é um sentimento tão natural ao ser humano como o amor e a raiva. Nós sempre vivenciamos este sentimento em algum momento da vida, diferem apenas suas razões e as emoções que sentimos. Como todo sentimento, tem seu lado positivo e seu lado negativo, iremos abordar os dois lados com ênfase no lado negativo.


O lado positivo: protege o amor


Nos relacionamentos onde os sentimentos de ciúme são moderados e ocasionais, ele lembra ao casal que um não deve considerar o outro como definitivamente conquistado. Pode encorajar casais a fazer com que se apreciem mutuamente e façam um esforço consciente para assegurar que o parceiro se sinta valorizado.


Ciúme potencializa as emoções, fazendo o amor se sentir mais forte e o sexo mais apaixonado. Em doses pequenas e manejáveis o ciúme pode ser um estímulo positivo num relacionamento. Mas quando é intenso ou irracional, a história é bem diferente.

O lado negativo: prejudica o amor


Às vezes sentimentos de ciúme podem ficar desproporcionais. Por exemplo, quando um homem provoca uma cena embaraçosa numa festa porque sua mulher aceita um convite para dançar com um velho amigo ou quando uma mulher é tomada de ciúmes excessivos pelo fato de o marido ter uma mulher como chefe no trabalho.


Este tipo de reação pode afetar gravemente uma relação, levando o outro parceiro a sentir-se constantemente pisando em ovos para evitar uma crise de ciúme. O parceiro ciumento, muitas vezes ciente de seu problema, oscila entre sentimentos de culpa e auto-justificação.

Já dizia Voltaire, “Ciúme quando é furioso, produz mais crimes que a ambição”. Que sentimento é esse que aprisiona ambas as partes? Ciúme doentio é indigno, desrespeitoso e humilhante.


É importante lembrarmos que todo ser humano que ama cuida, nesse caso o ciúme tem a sutil conotação de cuidado, de zelo. Esse sim é um sentimento necessário e bem vindo, pois quem não se importa ou sente falta do seu par, já não sente amor. Amor constrói pontes emocionais e une as famílias que é o alicerce da sociedade, transmite segurança e harmonia aos filhos, aproxima os verdadeiros amigos. O amor verdadeiro liberta, ajuda a criar, a prosperar, a unir, transmite bem estar, segurança e alegria de viver.


Por mais que amemos alguém, não temos o direito de posse de sua liberdade. Para amar alguém, precisamos nos amar em primeiríssimo lugar. Viver a nossa vida intensamente e não a do outro. Jamais imaginar que a nossa felicidade está nas mãos de alguém, simplesmente porque se esse alguém nunca perceber isso, perdemos um tempo valioso que não volta mais. A felicidade é um sentimento ligado a sabedoria.


O amor demais por alguém é fruto do amor de menos por si próprio. E amor não rima com dor… jamais! Se as crises de ciúmes já viraram rotina na relação, é possível fazer algo para mudar. Não há alternativas senão a mudança interna, que só é possível através do auto-conhecimento, onde o mais indicado é sempre a busca de um profissional competente para se iniciar um processo de psicoterapia, ou ainda, os grupos de auto-ajuda. É preciso entender que a pessoa amada pode ser muito importante, mas não mais importante que nós mesmos. Muita gente orgulha-se muito de ter alguém para amar, mas não se preocupam nenhum pouco com a importância vital que há em relação ao próprio amor.


Quando a relação é vivida com amor verdadeiro e os dois querem mantê-la, é possível buscar um tratamento e transformar o que é doente em saudável. E para começar esse processo, é necessário dar alguns passos:


- Admitir que não está conseguindo ter controle sob suas emoções.

- Escrever sobre os próprios sentimentos – ajuda a compreender o que está sentindo.

- Buscar ajuda de um profissional, investindo em seu auto-conhecimento.

- Reconhecer que a relação está doente, como reflexo de um ou dos dois.

- Reconhecer que os dois devem mudar. “TUDO MUDA, QUANDO A GENTE MUDA”

- Conversar, conversar, conversar. O diálogo deve estar sempre presente.

- Verbalizar CARINHOSAMENTE o que sente, sempre.

- Empatia, ou seja, desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro.

- Respeitar os sentimentos do outro, ainda que não os sinta.

- Procurar a verdade, sempre

- Cada um fazer uma análise do seu histórico de vida, principalmente infância.

- Buscar possíveis origens das dificuldades atuais.

- Comprometer-se consigo mesmo com as mudanças.

- Demonstrar diariamente para o outro o quanto é importante, sem medos ou vergonha.

- Cuidar de si como cuidaria de alguém que ama.

- Cuidar do outro como se cuida de alguém que ama.

- Cuidar da relação afetiva como que cuida de um bebê, com atenção, afeto, carinho, enfim, com demonstrações diárias de amor.


Enfim, faça uma análise de seus próprios sentimentos em relação a si mesmo, e as possíveis origens de sua insegurança, depois analise seu relacionamento, como ele está e como gostaria que fosse e converse tudo isso com seu parceiro, você e ele só têm a ganhar! Nascemos indiscutivelmente para sermos felizes, pra que transformar pequenos acontecimentos em furacões, fazendo verdadeiras tempestades. Todos os dias acordamos podendo escolher sorrir, alegrar-se, amar e permitir-se ser muito amado, desejado e querido.


Se quem você escolheu no momento não participa do mesmo sentimento, dê tempo ao tempo, o tempo é um grande amigo. Enquanto isso cuide mais de você, é um direito seu. E se o tempo não mudar o pensamento alheio e suas atitudes, dê um passo a frente. Busque um novo amor, ele existe e muitas vezes está bem mais perto do que imagina. A vida é assim, um mar de escolhas. Nós é que a complicamos!


Pense nisso e vá ser feliz, sem culpas.

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