terça-feira, 28 de setembro de 2010

Como age um chantagista do amor?

Na primeira oportunidade, já começa o drama. Você não pode fazer isso com ele, logo ele, que sempre fez tudo por você. Coitadinho. Quem vê até pensa que você é um verdadeiro monstro, dona de um pedregulho no lugar do coração. Mas prestando atenção, dá pra perceber que a sua ficha está limpa e que, na verdade, você está diante de um grandessíssimo chantagista emocional.

O objetivo é esse mesmo: fazer você se sentir culpada e conseguir o que quer. Vamos, está na hora de aprender a lidar com a culpa que uns e outros insistem em jogar pra cima de você. E vice-versa.

Como age um chantagista emocional?

Antes de procurar o lencinho para enxugar as lágrimas do chantagista é bom saber o que um psicólogo tem a dizer. Segundo Vera Soumar, chantagem emocional é uma manipulação, quando uma pessoa faz com que outra se sinta culpada, mesmo que não tenho motivo. "É um sinal de insegurança, autoestima baixa e medo de perder a quem considera importante. O chantagista até pode conseguir o que quer momentaneamente, mas a insegurança persiste, uma vez que no fundo sabe a troco de quê obteve sua conquista", afirma.

Pessoas de qualquer idade e de ambos os sexos, em todos os tipos de relacionamento, podem entrar na dinâmica da chantagem emocional – ainda que de forma inconsciente. "O ideal é não viver situações onde seja imposta a troca. Trocar no dia a dia é normal, mas realizar trocas contra a vontade não é. Na chantagem, surge a culpa, o senso de dever ou medo da sua vítima, a quem o chantagista conhece muito bem, inclusive seus pontos fracos, usando como ameaça o silêncio e a rejeição", ressalta.

Lágrimas e chororô

Tem muita gente - sim, nós mulheres inclusive -, que se utiliza de lágrimas como munição para vencer qualquer briga com o namorado. Que o diga o empresário Márcio de C.: "É sempre assim, ela se faz de vítima, como se eu a tratasse muito mal e não retribuísse ao amor que me dá. Por um lado, tento entendê-la porque já fiz isso em outros relacionamentos, mas aprendi que dessa forma não se conquista nenhum sentimento além de pena e uma pontinha de raiva", diz ele, que só mantém o relacionamento porque gosta muito da namorada.

Segundo Márcio, a namorada às vezes se utiliza de recursos mais sutis, num jogo que ele afirma ter percebido. "Quando não posso fazer o que quer, ela não diz nada. Não reclama, mas fica com aquelacarinha de sofredora. Ou diz aquele mortal 'então, tá...', para eu me sentir o último dos homens e péssimo namorado. No fundo, quem sai perdendo é ela: a minha admiração e o meu respeito".

Engana-se quem pensa que só a mulherada se agarra a uma bela choradeira na hora da briga. No namoro de Ana Paula V., o papel de pobrezinho ficou com o homem da relação. "Tive um relacionamento conturbado que só não larguei mais rápido por causa da chantagem emocional. Ele era cheio de problemas e toda vez que falávamos em terminar, fazia o maior drama, caía de cama e dizia que só melhoraria se fosse por mim", conta a estudante. O peso de ter a responsabilidade sobre a saúde de alguém nas mãos a fazia voltar atrás. Sobre esse período, ela fala com mágoa do ex, com quem enfim conseguiu romper. "Dava uma dor interna que é pior do que agressão física. E não há remédio que resolva", desabafa.

Atire a primeira pedra...

Todos concordamos que ser vítima do chantagista não é nada fácil, mas atire a primeira pedra quem nunca lançou mão desse recurso em doses homeopáticas para conseguir alguma coisa, como confessa a redatora Cibele F. "Tenho que admitir que sou muito chantagista, às vezes sem perceber. Quando vejo tô fazendo caras e bocas, seja em família, com amigos e principalmente com os homens.Uma mulher quando realmente quer, dá um jeito de conseguir", diz Cibele. Ela já foi vítima e também pratica o esporte, mas de uma forma que considera light. "Só em situações específicas, porque acho deprimente uma pessoa se utilizar de chantagem como ferramenta para obrigar alguém a permanecer numa situação insustentável. Eu sei usar minhas armas", defende-se.

Em família

Além das relações amorosas-sexuais-pega-pra-capá, a ato de encher o outro de culpa também afrouxa laços familiares ou de amizade. Quando a jornalista Fabiana A. contou para os pais sobre a sua opção sexual, assistiu a um show de chantagem emocional. "Minha mãe ficou me martirizando dizendo que eu tinha acabado com a família e qualquer coisa que acontecia era por minha culpa. Ninguém podia ficar triste. Por exemplo, meu pai bateu com o carro, coisa normal de trânsito e a culpada era eu. Se a minha irmã bebia, era culpa minha. Tudo eu", lembra.
Fabiana diz que foi a pior fase de sua vida. Para ela, ser vítima de chantagem é como ser encurralada – a pessoa se vê obrigada a ser ou fazer coisas que não quer somente para não magoar terceiros. "Acho isso uma criancice e um tipo de violência que dói muito. A intolerância é absurda e qualquer desculpa é válida para uma agressão".

Como identificar um chantagista?

Para identificar um chantagista, a psicóloga Vera Soumar sugere o seguinte: "Deve-se verificar como a pessoa reage quando suas vontades não são atendidas. Ela acusa os outros de egoístas? Quando os seus desejos são realizados, ela os elege como reis; e quando é decepcionada, eles caem rapidamente? Usa o dinheiro, beleza ou poder para que seus desejos sejam satisfeitos? Estes são indícios de uma chantagem emocional", ensina. E para sair dessa, muita conversa e um aviso. "Lembre-se que ambos são responsáveis, não culpe apenas o manipulador", conclui Vera Soumar.


Fonte: bolsademulher.com

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