quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Casamento x Finanças

Usar o cartão de crédito em excesso, cair no cheque especial e não saber equilibrar as contas no fim do mês, fatos comuns no nosso cotidiano. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está é a realidade de aproximadamente 85% das famílias brasileiras.

“As pessoas não têm nenhum tipo de preparo para organizar as finanças. Não se aprende isso nas escolas, nas empresas e, muitas vezes, nem em casa. A educação financeira é a chave do sucesso”, afirma a jornalista Marília Cardoso, autora do livro Você Sabe Lidar com o Seu Dinheiro? (Editora Artemeios).

Logo no início do casamento e antes de formar uma família, os casais já se deparam com problemas financeiros. Ao perceber essa dificuldade deles lidarem com o dinheiro, a escritora elaborou dicas de finanças ao casal. “Percebemos que falta apenas um pouco de informação e cuidado para que eles não se deixem seduzir pelas facilidades de crédito, e pelos apelos comerciais que induzem aos gastos dispensáveis e supérfluos”, completa.

Segundo o livro, uma boa maneira de economizar é escolher celulares de mesma operadora, com planos pré-pagos, DDDs em horários especiais com tarifas promocionais. E usar os programas de comunicação disponíveis na internet.

Os passeios podem ser intercalados com programas mais baratos, como assistir um DVD, por exemplo. Também é importante conversar abertamente e falar sobre o futuro, sobre sonhos, pretensões, prioridades e filhos.

Conforme a escritora, com a chegada de herdeiros, o casal precisa rever o orçamento da família. Alguns optam pelo tão sonhado negócio próprio. E é aí que começam os novos objetivos. Ser empreendedor exige muito conhecimento técnico sobre o mercado em que se pretende atuar, e também noções de administração e finanças. O sucesso do empreendimento depende, acima de tudo, da postura do líder.

Ao mesmo que o tempo em que o casamento aumenta a riqueza de uma pessoa, cerca de 93%, entre 41 e 40 anos, aproximadamente 38% dos casais brigam por causa de dinheiro e cerca de 50% dos divórcios são provocados por questões financeiras.

Quando o assunto é finanças, muitas vezes a conversa acaba em briga, principalmente pela falta de sintonia entre o casal na questão das prioridades financeiras.

Muitos casais também se esquecem de estabelecer metas em comum, afinal, cada um tem o seu perfil. Se a questão é o marido “pão duro” e a mulher consumista, Gustavo Cerbasi dá a sua opinião. “Economizar com algum objetivo em vista é naturalmente menos penoso do que fazer isso por pura mesquinhez. Por outro lado, gastar dinheiro sem pensar às vezes pode ser até saudável para o casamento, principalmente se for para comprar algo que deixe ambos felizes” (trecho do livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos).

Para Mara Luquet, jornalista especializada em finanças e economia, vários casais falam muito pouco sobre dinheiro e, geralmente, a percepção que um tem do outro em relação à situação financeira está totalmente errada.

“A receita não é ter muito ou pouco dinheiro para um casamento bem sucedido. Mas fundamentalmente saber lidar com os desafios financeiros que vão surgir ao longo do caminho, seja quando os recursos são escassos ou abundantes”, comenta a jornalista em seu mais recente livro “Meninas normais casam, meninas iradas investem na relação” – o terceiro da série ‘Meninas Iradas’ – escrito junto com Andrea Assef, profissional também com experiência na área de Economia e de Negócios.

Com texto bem humorado, Mara mostra aos casais como as decisões financeiras tem um peso fundamental na saúde do casamento, com exemplos simples da rotina de um casal. Uma situação bastante comum é quando a mulherada extrapola o limite do cartão de crédido e vai comunicar a notícia ao marido.

“Esconder a verdade vai dar um trabalho danado e não ajuda. Assim, respire fundo e vá direto ao ponto. Algumas sugestões de como fazer o comunicado:

Direta


“Tenho um problema, estou muito endividada. Correção, excessivamente endividada. Melhor, quebrei, esta é a realidade. Mas já comecei um plano de reestruturação. Neste caso você não está pedindo ajuda, mas sim comunicando um problema”.

Prática


“Pegue os cartões de crédito e quebre um a um na frente dele e chorando diga: Esses cartões me levaram a loucura, eu simplesmente não posso mais usá-los, nunca mais quero vê-los”.

“Para sair do buraco em que se meteu você precisará ficar longe de seus cartões de crédito. Isso não quer dizer que nunca mais poderá ter um. Ao contrário, assim que se livrar das dívidas poderá requisitar novos cartões que esperamos que você utilize com mais cuidado”.

Autor:
rios-eduardo@ig.com.br - Categoria(s): FINANÇAS

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