
Responder essas perguntas é muito mais complicado do que pode parecer na trama das oito. A especialista em comportamento humano, Roselake Leiros, da CrerSer Mais, aponta que a maioria das implicâncias nascem num sentimento, velho conhecido: o ciúme.
É pelo medo de perder os filhos que qualquer qualidade duvidosa do parceiro da princesa da casa vira motivo de briga. "Há muita dificuldade em se compartilhar alguém que se gosta", afirma Rose. "A entrada de terceiros nas relações familiares é um assunto bastante complexo e precisa ser pensado de múltiplos ângulos, para não reduzir a compreensão da nova dinâmica a clichês já enunciados e que não iluminam muito mais", completa a psicóloga Maria Cristina Capobianco. "Significa uma mudança na dinâmica das relações, entra um outro e traz sua bagagem histórica, seus valores, suas crenças".

Para resolver esse tipo de impasse da vida amorosa, uma opção que pode ser desastrosa é se afastar. Mergulhar na relação e esquecer que há vida além da cabana criada não é legal. Uma boa ideia é clarear a mente e ter consciência que escolher lado não vai levar você a lugar algum. "Ainda que algum dos lados imponha escolhas, tente dizer que não vai abrir mão de uma coisa pela outra e que tudo é importante. As pessoas precisam preservar as relações", opina Roselake.

O ninho vazio
A família rejeita o cidadão, nem os amigos gostam, o climão se cria e um pé de guerra se anuncia. Como agir com tanto julgamento? De que lado ficar e quando ouvir (ou ignorar) os "conselhos" do quem está de fora?
Um problema sério quando essa implicância aparece, principalmente da mãe com os filhos, é a tal síndrome do "ninho vazio", de perda mesmo, refletido nesse ciúme que as progenitoras acabam tendo.
É como se a filha ou filho não fosse mais dela, mudasse e ficasse irreconhecível aos olhos das corujas. "Os filhos ocupam para os pais lugares muito importantes e, a medida que crescem, seguem seu caminho deixam vazios", pondera a psicóloga Maria Cristina Capobianco. Nesse caso, essa mãe precisa de ajuda para se dar conta do que está acontecendo.
"É importante ter paciência e observar as reações da mãe, que precisará processar estas transformações da filha, entrar em contato com suas perdas e procurar outros horizontes. Às vezes, dependendo da intensidade deste momento, ela entra em depressão". Essa mãe, ferida de saudade, precisa lidar com seus sentimentos de posse dos filhos e de controle e ocupar-se da sua própria vida.
Mas há ainda aqueles não raros momentos em que os pais estão mesmo certos, quando percebem e intuem aspectos do namorado, por exemplo, que as filhas, cegas, não querem ver. "Nestes casos, as mães precisam ter muita paciência, porque já não controlam mais os filhos. Forçar a enxergar o que não se pode ver, em geral, não produz bons resultados. Provoca a ira da filha ou filho que acha que a mãe quer ‘mandar’ na sua vida, e que, obstinadamente, se oporá à mãe".
Nestes casos, a mãe precisa suportar a angústia e a sensação de premonição que tem de que a filha possa sofrer. Pode ser doído admitir, mas o sofrimento, se tiver que acontecer ou aparecer, tem o poder de produz crescimento, sem dúvida. Mesmo que você, mãe, queira impedir. Por Sabrina Passos (MBPress)
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