Aprender normas e respeitá-las é indispensável para que as crianças saibam dos seus limites e convivam bem em sociedade.“Tadinho, ele nem sabe o que quer dizer isso.”… “ Ele não teve a intenção de machucar, só queria brincar.”… “Ele ainda não entende…"
Essas são algumas das desculpas mais comuns entre os pais para justificar algumas atitudes de seus filhos, que muitas vezes desagradam os outros.
A falta de tempo, o excesso de trabalho e até mesmo o estresse diário faz com que eles deixem a autoridade de lado, preferindo mesmo a permissividade. Ou seja, as crianças fazem o que querem, quando querem e como querem.
A desculpa?
Para muitos, disciplina não combina com bebês ou crianças pequenas. O que não é verdade.
As crianças totalmente “soltas”, quase tudo é permitido, não há horário para nada, e o esperto é quem tira vantagem.
Certo que é difícil resistir àquelas carinhas fofas, mas o importante é educá-los desde cedo, para que possam conviver bem em sociedade depois de grandes.
Impor disciplina
Na hora de educar, o melhor mesmo é adotar uma posição sensata, sem mostrar austeridade, mas sem alimentar as birras e os caprichos dos pequenos. É extremamente importante ensinar às crianças a distinguir o bem do mal, o certo do errado. Por isso, não confunda disciplina com castigo. Pois a primeira ajuda-os a tornarem-se responsáveis, enquanto a segunda pode torná-los inseguros, com baixa auto-estima.
Estabelecer regras básicas, que permitam que o seu filho saiba o que fazer face a determinadas situações, é fundamental. Por isso, a clareza naquilo que você deseja dele é fundamental. A disciplina exige autocontrole e serenidade.
Como agir em cada fase
De 0 a 3 anos
Responsabilidade se aprende nesta idade. Arrumar seus brinquedos, guardar seus pertences, treinar atos de higiene pessoal, aprender a falar com as pessoas de forma educada, respeitar as coisas dos outros e cumprir ordens dos mais velhos são algumas das regras que devem ser impostas. Brincar com a criança também é uma forma de educá-la. Brincando, os pais transmitem os comportamentos que desejam que eles tenham.
E aí vai uma dica de uma especialista: “apesar de parte da tarefa de educar consistir em dizer não, economize os “não pode”, deixando-os apenas para coisas importantes, especialmente às relativas à segurança da criança, e tente não demonstrar culpa em o fazer”.
De 3 a 7 anos
Esta fase é uma das mais difíceis, pois nela a criança tem novas experiências, como a ida à escola e o convívio com pessoas que não fazem parte do seu cotidiano. Portanto, tenha muito cuidado. Na escola, por exemplo, uma vez que você confiou a responsabilidade a alguém, no caso a professora, torna-se conflitivo para a criança que contrarie a autoridade dela. Os pequenos sabem quando estão agindo em desacordo com o que aprenderam em casa e percebem facilmente que seus pais estão sendo coerentes e serenos em sua atitude.
Também é importante que os pais concordem a respeito dos limites a serem impostos. Para a criança é confuso quando um dos dois é muito tolerante, deixando que o outro seja o “mau”.
Acima de 7 anos
Nesta idade a criança já tem condições de responder por boa parte de suas atitudes e está preparada para colaborar, no sentido de ter um bom comportamento, tanto em casa, quanto fora dela. Então, seja afetuosa, compreensiva e procure recordar exemplos de atitudes que lhes foram ensinadas. Não se trata de ser complacente, mas de não ser intransigente com a própria natureza humana.
Críticas Construtivas
As críticas são muito bem vindas, desde que feitas de forma amorosa e construtiva. Elas devem ser esclarecedores e apontar caminhos. Mas, para criticar é preciso ter autodisciplina, ser um adulto bem formado e fazê-la de modo sereno.
Não ao perfeccionismo
Não espere que seu filho seja perfeito, que entenda o mundo e haja corretamente sempre. Isso ainda é muito confuso para ele. Procure desenvolver suas potencialidades, sem cobranças. Torne-o consciente de si mesmo e o deixe ser livre.
Isso sim é educar!
Paulo Victor e Letícia
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